23.8.11

Privilégio...

Tenho uma amiga, quase virtual (quase pq já a encontrei pessoalmente, mas na maior parte do tempo, só nos falamos pelos vários meios que a internet nos oferece!), chamada Kika (pros mais intimos...rs), que considero uma ótima blogueira, escritora...ela consegue por em palavras coisas que mtas de nós sentimos mas não conseguimos descrever com precisão!

Aí, hj, me deparei com esse post lá do Embuchada e não resisti em copiar (pedindo autorização, claro!), mas apenas pra dizer o quanto dessa vez, e pelo menos por enquanto, sou uma pessoa privilegiada, pois atá agora não me vi nessas situações...ufa! Mas sim, tb preciso do tal dinheiro....rs

terça-feira, 12 de julho de 2011

De licença

entrei em licença maternidade. Ainda embuchadíssima, mas, achei que valia uma homenagem às tantas mães que não estão de licença... Na crônica do dia:

A todas as mães que trabalham fora de suas casas.

A todas as mães que deixam seus filhos com jovens desconhecidas para aventurarem-se entre planilhas, papéis e reuniões intermináveis.

A todas as mães que já deixaram um bebê aos prantos para ir trabalhar e ganhar o tal do próprio dinheiro.

A todas as mães que já saíram de suas casas aos prantos porque precisavam trabalhar e ganhar o tal do próprio dinheiro.

A todas as mães que, talvez, nem precisem, mas querem trabalhar e ganhar o tal do próprio dinheiro. Ser uma escolha não torna a ausência em casa menos dolorosa. Em nada.

A todas as mães que já largaram uma planilha por fazer, uma reunião por participar, um email por mandar, porque, pelo menos hoje, juro, vou pôr meu filho para dormir.

A todas as mães que não conseguiram pôr o filho para dormir porque não puderam largar uma planilha por fazer, uma reunião por participar ou um email por mandar.

A todas as mães que já sentiram o coração apertado enquanto assistiam às horas correrem no trânsito parado.

A todas as mães que já ligaram para a babá, a escola ou a própria mãe, mentindo que estavam quase chegando.

A todas as mães que já correram de salto alto, na garagem de suas casas, para ver logo o rostinho do seu filho, um minuto que seja, antes que o rebento durma.

A todas as mães que já choraram porque não deu tempo.

A todas as mães que sentem o coração partido de culpa quando o elevador desce e escutam o som infinito do choro do seu filho, pedindo para que ela ficasse mais um pouco.

A todas as mães que já se esconderam na casinha do banheiro público de seus escritórios para chorar a falta que faz em casa.

A todas as mães que têm de explicar para os seus filhos o inexplicável fato de não poderem estar com eles, simplesmente quando querem estar.

A todas as mães que já se viram surpreendidas com o próprio filho num sábado, porque a criança cresceu demais durante a semana.

A todas as mães que não estavam lá, nas inúmeras horas em que achavam que deveriam estar.

A todas as mães que já sentiram uma angústia fina no fim de um feriado longo.

A todas as mães que já invejaram as suas babás.

A todas as mães que já pensaram em abrir um buffet, uma escola ou um site e, assim, ser dona dos próprios horários, e dos próprios filhos.

A todas que não conseguiram fazer isso.

A todas, à imensa multidão de mães que tentam resolver a equação insolúvel de equilibrar filhos com trabalho.

A todas elas, hoje, apenas hoje, eu posso oferecer-lhes o meu abraço.

Fonte: Crônica do Dia

2 comentários:

Kika disse...

querida, privilégio todo meu!
Obrigada e, olha, que tal marcamos um encontro para tornar o virtual real?
:)
bjs!

Ju** disse...

Tamo precisando né kika?!
Do jeito que vamos...pelo menos no cha de bebe da Mari nos vemos again!!! rsrsrs
Bjs